Virgens Mortas
Quando uma virgem morre, uma estrela aparece,
Nova, no velho engaste azul do firmamento:
E a alma da que morreu, de momento em momento,
Na luz da que nasceu palpita e resplandece.
Ó vós, que no silêncio e no recolhimento
Do campo, conversais a sós, quando anoitece,
Cuidado! – o que dizeis, como um rumor de prece,
Vai sussurrar no céu, levado pelo vento…
Namorados, que andais, com a boca transbordando
De beijos, perturbando o campo sossegado
E o casto coração das flores inflamando,
– Piedade! elas vêem tudo entre as moitas escuras…
Piedade! esse impudor ofende o olhar gelado
Das que viveram sós, das que morreram puras!
( Olavo Bilac )
(Poema digitado e conferido por mim mesmo, publicado em Antologia Poética – Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. p. 59)
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Lindo poema.Adoro Olavo
Rico lynk poético.
Adorei esse seu site e gostaria de saber se você tem aqui no seu site os poemas de manuel bandeira? (sair procurando página por página eu não termino hoje hehehehe) para mim um dos melhores poetas.
Parabéns e sucesso
Obrigado, tem aqui: https://www.poesiaspoemaseversos.com.br/manuel-bandeira-poemas/