Tempestade Noturna
Noite alta,
na soçobrante Nau exposta aos quatro ventos,
em pleno céu sulcado de relâmpagos,
os marinheiros mortos trovejam palavrões.
Ó velhos marinheiros meus avós…
para eles ainda não terminou a espantosa Era dos Descobrimentos!
Santa Bárbara
e São Jerônimo,
transidos de divino amor,
escutam suas pragas como orações.
Quando eu acordar amanhã, livre e liberto como uma asa,
vou rezar a São Jerônimo
vou rezar a Santa Bárbara
por este nosso fim de século – pobre Nau perdida no nevoeiro –
que em vão busca o rumo
das eternas, das misteriosas Américas ainda por descobrir!
( Mario Quintana )
(Poema publicado originalmente no livro Baú de Espantos, retirado de Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 579.)
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Tempestade Noturna: Noite alta, na soçobrante Nau exposta aos quatro ventos, em pleno céu… http://t.co/swMkF7jv
Um lindo poema !!
Ah !!!! Quintana!… Deu um novo colorido a luz da minha manhã!…
Obrigada, poeta Fábio !…
Sua seleção de poemas é 10 !!!! Abraço…
Eu é que agradeço por nos ler, Lucia! Abração
Com verso maravilhoso
Quero aprender mais um pouquinho
Quando leio,não estou sozinho
Ah!!!Quintana Fico orgulhoso.