Silêncio – Clarice Lispector (trecho)
(…) Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. Desse silêncio sem lembrança de palavras. Se és morte, como te alcançar?
É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível – sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é vida. Ou neve, que é muda, mas deixa rastro – tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve.
(Clarice Lispector)
(A descoberta do mundo: crónicas – Página 129)
Silêncio
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0 resposta
Isso é a magia da poesia:")!!!
Poesias , eterna magia , que iflama a alma do poeta (MS)
… uma vida em um verso … é cruel, mas isso É poesia .
Não sei. Tente entre aspas no Google!
existe algum poema ou poesia que termine com a frase:tudo o que posso dizer e que te amo em silencio?
Amei sua página Fabio Rocha. Parabéns. Estou compartilhando seus posts no meu grupo MELHORES AMIGOS. Abraços
Que bom, Regina, eu que agradeço!
Adorei, a página.Compartilho grupo toda poesia.abraços