Eles passarão eu passarinho
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!
( Mario Quintana )
(Caderno H. 2a. edição. São Paulo: Globo, 2006. p.107. Conferido novamente em sua Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 257)
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Poeminho do Contra – Mario Quintana: Poeminho do Contra Todos estes que aí estão Atravancando…
um dos meus mestres preferidos!
Aqui também!
muito legal
Vídeo perfeito, né?
Saudades da infância e do que foi perdido!
Muito bom este vídeo!
Um video belissimo, do poeta mais belo.
lindo video!
O título correto é “Poeminha do contra’.
a palavra “poema” termina com A, portanto o seu diminutivo é também com A.
beijo
O Quintana escreveu com “O”. Olha em qualquer livro dele… Beijo
Acredito que o Quintana fez um verbo aí: poeminhar, por isso o poeminho, com o pronome pessoal implícito. Interpretações…
Um abraço
que video lindo, fofo….
Mas quem não pode apreciar, amar o Poeta, sua poesia..Eu gosto demais e sempre publico algo nos Blogs. Obrigada. Enviei este para o Facebook.Sonia Goes
Sensacional! 🙂
Como podem atravancar o caminho? Passarinho voa…
COMECEI A GOSTAR DE MÁRIO QUINTANA,APÓS LER ESTE POEMA,QUE ACREDITO SER DA ÉPOCA EM QUE ELE ESTEVE ENGAJADO COM PROBLEMAS POLÍTICOS E COM CERTEZA TENDO SUA GENIALIDADE RESPONDEU ASSIM AOS SEUS DESAFETOS,ACREDITO EU QUE NÃO SOU ESPECIALISTA EM MÁRIO QUINTANA.
AGRADEÇO MUITO POR ESTE SITE,UM POUCO DE CULTURA E BELEZA EM NOSSO COMPUTADOR.
JAIME ROBERTO PACHECO.
Mário escreveu essa obra prima, para expressar sua total indignação por ter pessoas menos qualificadas que ele na ABL e por ter sua candidatura rejeitada mais de uma vez para uma cadeira junto aos “IMORTAIS”. A palavra passarão, quer dizer que eles irão-se embora, e ele um livre passarinho, para escrever para todo sempre!!!
Ao nomear o poema, o poeta lança mão de uma nova proposta derivacional para poema. Essa forma atua como índice-ícone da transgressão que é descrita pelo poeta como seu modo de vida. Segundo a norma, poema é uma palavra masculina e uniforme. Logo, o –a é uma vogal temática. Ao construir a forma poeminho, o autor afasta-se da norma, flexionando poema para uma terminação masculina (já que é o poema) e derivando-a para o diminutivo. Esta dupla mudança mórfica resulta numa guinada estilística, que pode ser interpretada como: se ele é o autor do poema, ele faz das palavras o que bem entender; o diminutivo é usado também como uma forma de ironia e de pejoração; a expressão poeminho do contra evoca o clichê popular povinho do contra que representa pessoas que teimam em contrariar algo; no contexto do poema enfatiza a idéia de contrariedade; e por fim, vê-se uma proposta de hipálage (recurso de estilo do nível semântico, que consiste na atribuição, a um nome, de uma qualidade que logicamente pertence a outro nome da mesma frase ), uma vez que a noção contida no epíteto do contra não é de fato um atributo do poema, mas de seu autor, o poeta.
Mas os jogos textuais não terminaram aí. O poema começa com uma palavra terminada em –inho e encerra com outra com a mesma terminação. Quereria isto dizer algo? Observe-se que a primeira (poeminho) é um diminutivo neológico para poema; a segunda, a despeito de sua terminação em –inho, não corresponde necessariamente a um substantivo em grau diminutivo, uma vez que também nomeia a espécie. Veja-se: [De pássaro + -inho1.] Pássaro; pequena ave. (Aurélio, s.u.)
Convém notar que são duas formas falaciosas: a) poeminho – não por ser pequeno, mas por ser ardiloso, mordaz, pícaro; b) passarinho – não por formar uma oposição de grau com passarão, mas por significar uma espécie animal cuja vida é livre e transmite pureza, quase angelitude.
Nesse caso, o poeta quis dar a entender, que ele é livre e puro nas suas atitudes.
Poeminho no masculino refere-se a : (o poema)
“(Mateus 24:35) – O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Com isso, o poeta se põe numa posição privilegiada, a de alguém que vai conseguir perpetuar-se.
XXXX
Esperança Vaz
A linguagem do poeta transcende explicações – gramaticais, léxicas, culturais, políticas e muito mais – …É uma linguagem – resignificada por ele – e que se recebe como a arte do escrever o inexprimível.
SENTIR E COMPARTILHAR DE IGUAL MANEIRA. …também é uma arte, Mário Quintana, Fábio e nós – merecem -!….
Espereança Vaz – e os demais – cumprimentos e agradecimentos.
Fábio , grato abraço. CONTINUES!
Adoro este poeminha do Contra – Mario Quintana (eles passarão eu passarinho) http://t.co/mct2JlG9 via @fabiorochapoeta
Lindo!!!
Eles passarão…
Eu passarinho
Perfeito Paulinho!!!!
Passaremos, passarinhos.
gosto muito deste poem!
Adoro…
bonito poema
Não passarão!
Só passarinhos.
Simplesmente lindo Fábio. Amei!
Mário Quintana faz poemas como quem vive. Impressiona como consegue por no papel nossos mais sensíveis pensamentos, sentimentos.
“E minha poesia é um vicio triste, desesperado e solitário que eu faço tudo por abafar…”
adorei este espaço. obrigada
Ótima iniciativa. Parabéns!
Diz tudo sem precisar falar nada.
Sou admiradora de Quintana. Vídeo excelente!