Um soneto para o colo do mundo: a mulher – Luiz Otavio Amaral (Olao)
(O8/03/76, Dia internacional da mulher)
Mulher, momento mais sublime da criação
divina. Ideal de beleza e amor.
A vida humana não podia ter mesmo outra geratriz senão
a mulher. Fêmea de puro encantamento, uma flor.
Da mulher, Deus deduziu outras belezas
de sua criação: a flor, por certo, deve sua formosura
à mulher. Meigas e protetivas, as mulheres são fortalezas.
Mulher, mãe do mundo, encantada criatura.
Mulher palestina, mulher africana,
Mulher árabe, mulher judia, mulher cigana,
Mulher brasileira, mulher favelada, mulher mundana.
Sois vós a doçura única que tem suavizado o nosso amargor nos dias de terror!
Crianças, idosos, homens, os patéticos e os caquéticos, desse dulcíssimo calor
todos precisamos. Mulher, tu és o colo do nosso mundo carente de amor.
( Olao, Bsb, 08/03/1976 – 12h)
*
Soneto-explicação
Meu verso é impessoal.
Minha musa é um ser ideal.
Meu amor, meu desejo, tudo apenas potencial.
Meus versos raramente espelham alguém em especial
Meus versos são só o divagar da mente
solta no ar, mero efeito demente
de um sonhador, mas que não mente,
apenas são janelas abertas generosamente.
Versos meus, minhas janelas…
Debruço-me nelas
para assistir ao mundo e delas
grito para o mundo:
ei! estou aqui…
eu também estou neste mundo!
(Olao, Bsb,10/03/03 – 2:15h)
*
Soneto baldio
Este vazio me obriga,
esta necessidade me manda:
transcrevo, assim, o que me liga
a você, o que em mim anda…
Hoje eu preciso escrever…
Escrever o que vem da força desse vazio.
Escrever-te um poema baldio,
dar voz ao que há no claustro do meu ser?
Hoje eu preciso, preciso muito
Escrever! Mas não sei o quê! Algo fortuito?
Talvez o nada por intuito?
O teu silencio,
soa-me como anúncio,
e nem sei bem de que prenúncio.
(Olao, Bsb, set./2007)
*
Leia mais versos de visitantes