A um Poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
( Olavo Bilac )
(Poema digitado e conferido por mim mesmo, publicado em Antologia Poética – Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. p. 68)
4 respostas
a poesia é parte de amores
Olavo Bilac, Grande! Ensinando aos poetas a simplicidade…
Alguém sabe dizer qual o contexto histórico do poema A um poeta de olavo bilac
Lindo projeto, parabéns!